
Tuesday, January 31, 2006
FHC, Tucanato Nervoso e o seu telhado de vidro
Para quem mandou que se esquecesse tudo o que havia escrito (na sua primeira posse em Jan. 1995), desdizer-se sem maiores cuidados nao deve ser problema ao mestre da retórica FHC.
2006 promete ser mais um ano de shows de marketing político, se em 2002 tivemos uma pre-candidata apresentada com uma musiquinha de cerveja (Governadora é a número 1), nesse ano as vinhetas nao deverão subir muito de nível.
Vale lembrar que PT e PSDB nao sao as únicas opções, e que o voto útil guiado pelo IBOPE caracteriza bem um bom espírito de rebanho, de manada ...
NO texto abaixo Josias de Souza aborda esse tema com maestria. Vale a pena.
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O sangue começou a jorrar
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dissera na semana passada que o PSDB participaria da campanha presidencial deste ano “de maneira civilizada”. “Estou vendo aí ‘vai ter sangue’, não tem nada disso. Temos que pensar no povo, temos que pensar no Brasil...”, afirmara ele. Tudo indica que mudou de idéia.
Como que decidido a desdizer-se, FHC pôs-se a espargir, ele próprio, o sangue que não haveria. Declarou que o tucanato deve impor durante a eleição o debate sobre a corrupção no governo Lula. Pegou pesado. Chegou mesmo a dizer que o PSDB tem que “puxar” o PT “para a briga”.
“O PSDB tem que saber o que interessa discutir na campanha”, afirmou FHC. “E não embarcar na discussão que interessa ao governo. Tem que saber o que nos interessa, e forçar essa agenda. Tem que puxar para briga. Se você não tem capacidade para definir a agenda, você perde. Não podemos embarcar nos nossos companheiros que estão lá em cima, não. A conversa deles é de que essa questão moral não conta mais. Conta, sim. Ladrão, não mais.”
FHC disse mais: “O presidente Lula tem toda uma explicação para dar ao país. O tempo todo ele vai ter que voltar a temas desagradáveis, mas vai ter que voltar durante a campanha. E não é o tema da corrupção apenas, porque isso não adianta voltar porque todo mundo já sabe que teve muita. Ele também vai ter que explicar porque prometeu e não cumpriu tanta coisa.”
Ora, se há algo de que FHC não pode ser acusado é de ser um sujeito ingênuo. Sabe que, puxando para o adversário para a briga, também ele e seus correligionários serão chamados a dar explicações sobre uma série infindável de casos –da privatização trançada num ambiente que roçou “o limite da irresponsabilidade” à compra de votos para aprovar a emenda da reeleição. Ou seja, o sangue vai jorrar em catadupas.
Nas pegadas das declarações de FHC, também Geraldo Alckmin, presidenciável do PSDB, esmerou-se nos ataques à gestão Lula. Deu-se durante entrevista em que o governador divulgou as estatísticas da violência em São Paulo no ano de 2005. O número de assassinatos diminuiu 18,56% em relação a 2004. Mas aumentaram os casos de seqüestro (18,5%) e de tráfico de drogas (13,36%).
Ao justificar-se, Alckmin acomodou a responsabilidade nos ombros de Lula. Disse que São Paulo “enxuga gelo”, pois o policiamento de fronteiras é atribuição federal. “A gente pega uma arma a cada 14 minutos, elas não param de entrar. É falta de polícia de fronteira. Veja o tráfico de drogas: não são atribuições do Estado, mas você fica aqui, consertando.”
O que Alckmin eximiu-se de dizer é que FHC, expoente maior de seu partido, ocupou a cadeira de presidente por longos oito anos. E não consta que nesse período a “polícia de fronteira” tenha logrado conter a entrada de armas e drogas. Está pedindo uma resposta. E ela virá. Não há dúvida.
A gente se acostuma ...
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma
a acender cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã
sobressaltado porque está na hora.
A tomar o café correndo porque está atrasado.
A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem.
A comer sanduiche porque não dá para almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e
ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso
de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita.
E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.
A gente se acostuma à poluição.
Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
À luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias de água potável.
Agente se acostuma a coisas demais, para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se a praia está contaminada a gente molha só os pés e sua no resto do corpo.
Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se o trabalho está duro a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos,
para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida.
Que aos poucos se gasta, e que gasta de tanto se acostumar, e se perde de si mesma.
Monday, January 30, 2006
É a Guerra ...
Esse trecho de memorável canção de CAetano demonstra-se atualíssima... Talvez essa a marca de qualidade do artista, a perenidade da sua obra... Hoje em dia talvez Caetano desse uma enfase À PREGUIÇA... tamanho o acúmulo de informações, no mais das vezes inútil, tendenciosa, mentiras totalizantes à la Goebbels, mentor dos nossos propagandistas. Pois a tal gama de informações sempre tenta nos vender um progresso insuspeito, novas tecnicas, tecnologias, e o que dizer dos semanários corporativos... sempre tem super-heróis, gerentes faixas-preta... sao modelos fechados de como devemos nos portar, de como devemos viver, ou seria de como fechar os olhos para as imensas injustiças do mundo ??
O poema abaixo trata de uma das grandes injustiças hodiernas, qual seja, a guerra declarada dos ricos e poderosos contra os fracos, guerras sempre motivadas por motivos economicos mesquinhos; nesse sentido, o que se nos diriam os semanários corporativos sobre os capitães da indústria bélica, moderníssima, pós moderna, diriam tais revistas que as milhares de crianças, mulheres e idosos inocentes mortos seriam irrelevancia na contabilidade polpuda - e cá entre nós - tantas vezes fraldada, das mega corporações ??? O que diria do programa óleo por comida... Ora, que toda a crise traz uma OPORTUNIDADE ! É o TAO DO CAPITAL !!!!!!! TÁ TUDO NA LEI, MAS QUEM FOI MESMO QUE ESCREVEU A LEI HUMANA ????????
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Guerra
Dalton Trumbo
Não tinha nem braços nem pernas.
Atirou a cabeça para trás e começou a gritar o medo.
Mas apenas começou porque não tinha boca com que gritar.
Ficou tão surpreso de não gritar quanto tentou
fazê-lo que começou a mexer as mandíbulas como um homem que descobriu algo interessante e quer experimentar.
Estava tão seguro de que a idéia de não ter boca
era um sonho que se sentia capaz de investigar
a coisa calmamente.
Tentou mexer as mandíbulas e não tinha mandíbulas.
Tentou passar a língua do lado de dentro dos dentes e por sobre o céu da boca como se estivesse
buscando uma semente de framboesa.
Mas não tinha língua nem dentes.
Mas não tinha céu da boca nem boca.
Tentou engolir mas não podia porque não tinha
palato e não lhe restava músculos com que engolir.
Começou a sufocar e a arquejar.
Era como se alguém lhe tivesse empurrado um colchão sobre o rosto e o estivesse mantendo alí.
Respirava agora forte e depressa mas não estava
realmente respirando porque nenhum ar passava pelo nariz.
Não tinha nariz.
Podia sentir o peito subir e descer mas nenhuma respiração passava pelo lugar onde era o nariz.
Experimentou o desejo furioso de morrer .
Estava morto e queria se matar é a guerra!
Saturday, January 28, 2006
Friday, January 27, 2006
Mais uma guerra ??
A guerra, a guerra... Mais um meio sofisticado do capitalismo para defender seus interesses infinitos.
Meditemos:
1. Quem, na verdade, bancará a guerra ?
2. Seria ela realmente motivada pela questão nuclear ?
3. Quem ganhárá bilhoes nessa guerra ? A indústria bélica, cujos investimentos sao um dos que mais crescem no mundo... Certamente imensas reservas de petróleo ficarão quase de graça aos EUA e Reino Unido, um novo programa óleo por comida ????
4. Quem perde com a guerra: Famílias e mais famílias de inoscentes, a exemplo da guerra do Iraque.
5. Seria o Homem um animal sedento de poder e status ?
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Fonte: Folha de São Paulo.
Jornal britânico alerta sobre possível guerra com Irã
da BBC
O jornal britânico "The Times" alerta nesta sexta-feira, em artigo assinado pelo editorialista Gerard Baker: "Prepare-se para o impensável: Guerra contra o Irã pode ser uma necessidade".
O jornalista diz que a guerra contra o Irã é "uma verdade inimaginável, mas definitivamente inevitável" e afirma que "enquanto nós [os governos ocidentais] estávamos procurando armas nucleares fantasmas na Mesopotâmia, o vizinho Irã estava ocupado fabricando armas de verdade".
O artigo do "Times" chega a comparar uma possível aquisição de armas nucleares pelo Irã com momentos históricos como a Revolução Bolchevique na Rússia e a ascensão de Hitler na Alemanha.
O jornalista do "Times" conclui que "a preparação para a guerra, uma disposição pessoal de todas as nossas partes para suportar o terrível fardo que ela certamente vai impor, pode ser a nossa última chance real de garantir que podemos evitar uma guerra".
Poderoso Deus.
Poderoso Deus
Pairava no ar uma nuvem negra
Os olhos não viam o céu
O pensamento era dor
No coração rancor
A esperança sumira
A fé estava abalada
Não encontrava o caminho...
Não dava carinho
Não queria carinho
A amargura vinha com tudo
Com a nuvem negra
Chegou a tempestade
Sumira seu chão...
Tudo era escuridão
Encontra-se no fundo do poço
Mas de repente algo se ilumina
A luz que parecia estar apagada
Chega como um sopro de vento
Coloca a tua frente a prova...
Uma simples e ingênua mensagem
Relatando casos de graças alcançadas
Pedindo para enviar a os amigos
E fazer um pedido a Deus
Pensas em algo impossível
E envia quase como uma obrigação
Sem a menor esperança, sem razão.
Simplesmente envia a os amigos...
Desliga seu pc e vai dormir
O dia chega e nem se quer lembra
Mas a noticia impossível chega
Mesmo com tua pouca fé
O Poderoso Deus te ilumina
Devolve-te a vida
A paz que já não tinhas
A esperança no coração
Teu chão que lhe sumira
Nosso Poderoso Deus é a luz
É nossa vida
O mais bondoso e piedoso
Ele se manifesta e te levanta
Poderoso Deus te ama
E jamais te abandona
Amar a Deus acima de tudo
Não perca a fé jamais
Pense sempre...
Poderoso Deus
Thursday, January 26, 2006
Gerreiro Menino ...
Vale a pena Ler, Eduardo galeano, atualíssimo !!!
O autor quebra a cronologia linear da historiografia oficial para desnudar o saque ao continente que persiste desde o descobrimento. Analisando os mecanismos de poder, os modos de produção e os sistemas de expropriação, Eduardo Galeano reescreve a história da América Latina e expõe os quinhentos anos de exploração econômica e miséria social.
Pobreza e Miséria, Por Sebastião Salgado
1. Pobreza: Ausência de bens materiais, chegando a extremos de falta de bens de necessidade e mesmo fome, mesmo morte devido à subnutrição e inanição....
2. Miséria: Não decorre da pobreza material, encontra-se, na maioria das vezes, nos locais de abastância material... É a pobreza dos relacionamentos, ou a redução destes a interesses materiais, à relacionamentos mercantis, profissionais, técnocráticos, a redução de tudo À esfera econômica, do mundo "fantástico" (ou fantasmagórico?) das mercadorias. É a solidão extrema em meio à multidão, é a morte da família, a morte da solidariedade, a morte, enfim, da comunidade. São Paulo, Nova York e outras megalópoles e metrópoles seriam, nesse sentido, mecas da Miséria...
Questiona-se: Não seria a miséria dos ricos a maior causa da pobreza indigente (e crescente) dos pobres ?
Thursday, January 19, 2006
Inglaterra, até quando um Satélite ?
Trata-se de suposta de manipulação de dados sobre baixas Britânicas na Guerra do Iraque. De acordo com a matéria, o governo do Dito Trabalhista (no nosso entender ultra conservador) de Tony Blair, minimiza as baixas reais ocorridas no conflito econômico-petrolífero do Iraque, através da adoção de critérios bastante questionáveis quando da tabulação estatística de tais baixas, em outras palavras, estaria o governo marionete de Blair ocultando um número consideralvelmente alto - mesmo alarmante - de baixas à quem mais de direito a tais informações: A Nação Britânica...
Ao nao mencionar, nas estatísticas, dados como invalidez causada na guerra, ao nao dimensionar o real dano causado a milhares no conflito, o governo Britânico segue a cartilha do seu patrono, os EUA, de máxima ignorância ao povo como ferramental básico de governabilidade.
Questiona-se: Até quando o Reino Unido, uma das mais sólidas democracias do planeta, um país de riquíssima cultura e população com ótimos níveis sociais, um elevado nível educacional, se contentará com o medíocre papel de satélite norte americano?
O problema em tela torna-se muito mais grave na medida em que a grande maioria dos ingleses posicionam-se totalmente contrários à participação da Inglaterra na guerra do Iraque ...
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Governo britânico "manipula" dados sobre soldados no Iraque
Publicidade da Efe, em Londresda Folha Online:
O governo britânico foi acusado pela oposição conservadora de ocultar a gravidade real dos ferimentos sofridos pelos soldados britânicos no Iraque.Embora o governo tenha reconhecido a morte de 98 soldados britânicos desde a invasão do Iraque, em 2003, pouco foi dito a respeito dos militares que perderam algum membro do corpo, ficaram cegos ou sofreram queimaduras nos ataques.
O Ministério da Defesa se viu obrigado a reconhecer a retirada do Iraque por motivos médicos de 4.017 membros das Forças Armadas britânicas.No entanto, segundo reportagem publicada nesta quinta-feira pelo jornal britânico "The Independent", até agora o governo se amparou na Lei de Proteção de Dados ou na confidencialidade que beneficia pacientes, neste caso soldados, para não dar detalhes sobre os ferimentos sofridos pelo corpo militar britânico no Iraque.
Diante da primeira visita do ministro da Defesa britânico, John Reid, aos soldados feridos no conflito, aumentam as pressões de parentes, antigos soldados e membros do Parlamento britânico para que o governo dê mais informação a respeito.
Dados
"As pessoas não compreendem como é que o governo até agora não ofereceu dados sobre as baixas sofridas no Iraque", disse o porta-voz para assuntos de Defesa dos conservadores, Liam Fox.Sue Smith, cujo filho, Phillipp Hewett, 21, é um de três soldados mortos em julho na explosão de uma bomba colocada junto a uma estrada, definiu os feridos como "os esquecidos da guerra do Iraque".
Reg Keys, que perdeu também um filho nesse país, acusou o governo britânico de atuar como o dos Estados Unidos: "Não querem que a população se inteire dessas coisas".
O porta-voz de Defesa do Partido Liberal Democrata, Michael Moore, afirmou que pressionará o Ministério da Defesa a fornecer dados específicos sobre o tipo de ferimentos sofridos pelo pessoal militar britânico no conflito iraquiano.
Saturday, January 14, 2006
Amoroso, o craque, e como o capitalismo destrói até o nosso amor pelo futebol

O que poderíamos dizer da foto acima??
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Friday, January 13, 2006
A Liberdade ...O Contrato...A Hipocrisia
Jean-Jacques Rousseau, em Contrato Social
O Sentimento do Revolucionário, por Che
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"Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um Revolucionário."
Che
Thursday, January 12, 2006
O Partizan e.... Simplesmente Chaplin ...
Wednesday, January 11, 2006
Amor, por Ghandi
Rosa Luxemburgo, a mais Lúcida Socialista!

A Socialização da Sociedade
Rosa Luxemburgo
1918
A revolução do proletariado, que acaba de começar, não pode Ter nenhum outro fim nem nenhum outro resultado a não ser a realização do socialismo. Antes de tudo, a classe operária precisa tentar obter todo o poder político estatal. Mas para nós, socialistas, o poder político é apenas meio. O fim para o qual precisamos utilizar o poder é a transformação radical da situação econômica como um todo.
Hoje, todas as riquezas _ as maiores e melhores terras, as minas e empresas, assim como as fábricas _ pertencem a alguns poucos latifundiários e capitalistas privados. A grande massa dos trabalhadores, por um árduo trabalho, recebe apenas desses latifundiários e capitalistas um parco salário para viver. O enriquecimento de um pequeno número de ociosos é o objetivo da economia atual.
Esta situação deve ser eliminada. Todas as riquezas sociais, o solo com todos os tesouros que abriga no interior e na superfície, todas as fábricas e empresas, enquanto propriedades comuns do povo, precisam ser tiradas das mãos dos exploradores. O primeiro dever de um verdadeiro governo operário consiste em proclamar, através de uma série de decisões soberanas, os meios de produção mais importantes como propriedade nacional e em pô-los sob o controle da sociedade.
Só então começa propriamente a mais difícil tarefa: a construção da economia em bases totalmente novas.
Hoje, em cada empresa, a produção é dirigida pelo próprio capitalista isolado. O que e como deve ser produzido, quando e como as mercadorias fabricadas devem ser vendidas é o empresário quem determina. Os trabalhadores jamais cuidam disso, eles são apenas máquinas vivas que têm de executar seu trabalho.
Na economia socialista tudo isso precisa ser diferente! O empresário privado desaparece. A produção não tem mais como objetivo enriquecer o indivíduo, mas fornecer à coletividade, meios de satisfazer todas as necessidades. Consequentemente, as fábricas, empresas, explorações agrícolas precisam adaptar-se segundo pontos de vista totalmente novos:
Primeiro: se a produção deve ter por objetivo assegurar a todos uma vida digna, fornecer à todos alimentação abundante, vestuário e outros meios culturais de existência, então a produtividade do trabalho precisa ser muito maior que hoje. Os campos precisam fornecer colheitas maiores, nas fábricas precisa ser utilizada a mais alta técnica; quando às minas de carvão e minério, apenas as mais rentáveis precisam ser exploradas etc. Segue-se daí que a socialização se estenderá, antes de mais nada, às grandes empresas industriais e agrícolas. Não precisamos nem queremos tirar a pequena propriedade ao pequeno agricultor e ao pequeno trabalhador que, com seu próprio trabalho, vive penosamente do seu pedacinho de terra ou da sua oficina. Com o tempo, todos eles virão até nós voluntariamente e compreenderão as vantagens do socialismo sobre a propriedade privada.
Segundo: para que na sociedade todos possam usufruir do bem-estar, todos precisam trabalhar. Apenas quem executa trabalho útil para a coletividade, quer trabalho manual, quer intelectual, pode exigir da sociedade meios para a satisfação de suas necessidades. Uma vida ociosa, como hoje levam na maioria das vezes os ricos exploradores, acaba. A obrigação de trabalhar para todos os que são capazes, exceto naturalmente as crianças pequenas, os velhos e os doentes é, na economia socialista, uma coisa evidente. Quando aos incapazes de trabalhar, a coletividade precisa simplesmente tomar conta dele – não como hoje, com esmolas miseráveis, mas por meio de alimentação abundante, educação pública para as crianças, boas assistência médica pública para os doentes etc.
Terceiro: a partir do mesmo ponto de vista, isto é, do bem-estar da coletividade, é preciso que os meios de produção, assim como as forças de trabalho sejam inteligentemente administradas e economizadas. O desperdício, que ocorre hoje a cada passo, precisa acabar.
Assim, naturalmente, é preciso suprimir a indústria de guerra e de munição no seu conjunto, pois a sociedade socialista não precisa de armas assassinas. Em vez disso, é preciso que os valiosos materiais e a força de trabalho aí empregados sejam utilizados para produzir coisas úteis. As indústrias de luxo, que hoje produzem todo tipo de futilidades para os ociosos, assim como a criadagem pessoal, precisam igualmente desaparecer. Toda a força de trabalho posta nisso encontrará ocupação mais útil e mais digna.
Se desta maneira criarmos um povo de trabalhadores, em que todos trabalhem para todos, para o bem-estar e o beneficio coletivos, então, quarto: o próprio trabalho precisa adquirir uma configuração inteiramente diferente. Hoje em dia, o trabalho, tanto na indústria, quanto na agricultura ou no escritório é, na maioria das vezes, uma tortura e um fardo para o proletário. As pessoas vão para o trabalho porque é preciso, caso contrário não conseguirão meios de subsistência. Na sociedade socialista, onde todos trabalham em conjunto para o seu bem próprio bem-estar, é preciso Ter a maior consideração pela saúde e pelo prazer de trabalhar. Tempo de trabalho reduzido, que não ultrapasse a capacidade normal, locais de trabalho saudáveis, todos os meios para o descanso e o trabalho precisam ser introduzidos, para que cada um faça a sua parte com maior prazer.
Porem para todas as grandes reformas é necessário o material humano correspondente. Hoje atrás do trabalhador, esta o capitalista com seu chicote _ em pessoa, ou através de seu contra-mestre ou capataz. A fome arrasta o proletário para trabalhar na fábrica, na grande propriedade ou no escritório. O empresário cuida então para que o tempo não seja desperdiçado, para que o material não seja estragado, para que seja fornecido trabalho bom e competente.
Na economia socialista é suprimido o empresário com seu chicote. Aqui os trabalhadores são homens livres e iguais, que trabalham para seu próprio bem-estar e benefício. Isso significa trabalhar zelosamente por conta própria, por si mesmo, não desperdiçar a riqueza social, fornecer o trabalho mais honesto e pontual. Cada empresa socialista precisa, naturalmente, de um dirigente técnico que entenda exatamente do assunto, que estabeleça o que é mais necessário para que tudo funcione, para que seja atingida a divisão do trabalho mais correta e o mais alto rendimento. Ora, isso significa seguir essas ordens de boa vontade, na íntegra, manter a disciplina e a ordem, sem provocar atritos nem confusões.
Numa palavra: o trabalhador da economia socialista precisa mostrar que também pode trabalhar zelosa e ordeiramente sem o chicote da fome, sem o capitalista e seus contra-mestres atrás das costas, que pode manter a disciplina e fazer o melhor. Para isso é preciso auto-disciplina interior, maturidade moral, senso de dignidade, todo um renascimento interior do proletário.
Com homens preguiçosos, levianos, egoístas, irrefletidos e indiferentes não se pode realizar o socialismo. A sociedade socialista precisa de homens que estejam, cada um em seu lugar, cheios de paixão e entusiasmo pelo bem estar coletivo, totalmente dispostos ao sacrifício e cheios de compaixão pelo próximo, cheios de coragem e tenacidade para ousarem o mais difícil.
Porém, não precisamos esperar quase um século ou uma década até que tal espécie de homens se desenvolva. Precisamente agora, na luta, na revolução, as massas proletárias aprendem o idealismo necessário e adquirem rapidamente maturidade intelectual. Também precisamos de coragem e perseverança, clareza interna e disposição ao sacrifício para continuar a revolução até a vitória. Recrutando bons combatentes para a atual revolução, criamos futuros trabalhadores socialistas, necessários como fundamento de uma nova ordem.
A juventude trabalhadora, sobretudo, é chamada para esta grande tarefa. Como geração futura, ela formará com toda certeza o verdadeiro fundamento da economia socialista. Ela tem que mostrar já, como portadora do futuro da humanidade, que está à altura dessa grande tarefa. Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade? Nós conseguiremos! Como diz o poema:
Não nos falta nada, minha mulher, meu filho, a não ser tudo que cresce através de nós, para sermos livres como os pássaros: nada, a não ser tempo!
USD 1 a 2 trilhões no Iraque ... Na guerra...
Com USD 1 trilhao quanto em alimentos nao poderia ser comprado, quantas pesquisas científicas; quantas indústrias para manuftura de bens essencias erguidas, quantos sistemas de esgoto? Quantas escolas, quantos hospitais? etc, etc, etc.
O detalhe é que quem está financiando a festa é o resto do mundo, visto que o império tem déficits(*) anuais "gêmeos(**) " de USD 1 trilhao por ano. Dá pra encarar?
(*) Déficit aqui leia-se como a subtração de tudo o que o gigante gastou da sua tao exaltada superprodutividade.
(**) Déficit Fiscal mais díficit no balanço de pagamentos.
Fonte: Folha de São Paulo
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Guerra do Iraque pode custar mais de US$ 2 trilhões aos EUA da France Presse, em WashingtonA Guerra do Iraque custará provavelmente aos Estados Unidos entre US$ 1 trilhão e US$ 2 trilhões, apesar de as afirmações da Casa Branca de que os gastos seriam governáveis, destacou um novo estudo realizado em co-autoria com um americano Prêmio Nobel de Economia.A pesquisa, publicada nesta segunda-feira por Joseph Stiglitz, da Universidade de Columbia, laureado em 2001 com o Prêmio Nobel e ex-chefe dos economistas do Banco Mundial, e a professora de economia Linda Bilmes, da Universidade de Harvard, considera que as estimativas oficiais sobre o custo da guerra não levam em conta gastos importantes que podem afetar os próximos orçamentos dos EUA.O estudo inclui o aumento dos gastos médicos para tratar soldados feridos, a acelerada desvalorização do material bélico no campo de batalha e o efeito indireto na alta do preço dos combustíveis na economia americana, que em parte pode ser atribuído a esta campanha militar."Mesmo assumindo uma aproximação conservadora, ficamos surpresos com a magnitude", escreveram Stiglitz e Bilmes sobre os gastos derivados da guerra. "Podemos declarar, com algum grau de confiança, que eles excederão US$ 1 trilhão", destacaram.EstimativasNo relatório, os autores ofereceram estimativas "conservadoras e moderadas" dos gastos que envolverão a sociedade americana desde o começo da Guerra do Iraque, em março de 2003.Segundo essa visão "moderada", a guerra custará pelo menos US$ 1,026 trilhão aos americanos, abaixo das estimativas ainda mais moderadas de que os gastos chegariam a US$ 1,8 trilhão.Os EUA já destinaram US$ 251 bilhões em espécie para financiar as operações de combate no Iraque desde que começou a invasão e continua gastando cerca de US$ 6 bilhões.Contudo, segundo economistas, essas cifras não levam em conta os pagamentos que deverão ser feitos aos soldados veteranos pelo resto da vida, nem o custo do restituir o material bélico e as munições usadas.Além disso, as despesas para o recrutamento de novos soldados aumentaram dramaticamente, já que o Pentágono paga bônus de recrutamento de mais de US$ 40 mil aos novos alistados e bônus especiais e outros benefícios da ordem de US$ 150 mil às tropas que se reintegram às fileiras."Outro gasto para o governo são os juros que paga sobre o dinheiro solicitado para financiar a guerra", acrescentaram os autores do estudo.