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Lendo o belo artigo abaixo, surge uma idéia.
Não estaria na hora de a humanidade inteira pensar em renovar certos valores que nos ingessam, nos tolhem a real liberdade?
Já chegamos à quase evidente conclusão que a solução deve partir do indivíduo, mas que também nós indivíduos nao somos ilhas, mas seres em eterno intercâmbio e interdependência.
Chegado o século XXI, talvez seja o momento da renovação aquilina, da metamorfose social, orgânica e estrutural, caberá a todos e a cada um o pensamento do coletivo, sem que se abdique das opções individuais.
Nesse sentido, caberia-nos discutir, nao em termos de socialismo científico ou utópico, mas simplesmente se o capitalismo, atingindo o seu grau máximo de fetichização, tendo na sua expressão de financeirização de tudo e da mercadologização dos seres humanos, nao seria já um sistema superado, já nao se estaria tornando auto-destrutivo ?
A idéia evidentemente não é a coletivização de tudo ou nivelar tudo por baixo, como sugeriria uma certa intuição maniqueísta que nos acompanha em tempos de escassa evolução interior, mas, pelo contrário e por paradoxal que soe, pensar o socialismo como o máximo de liberdade individual? Medidas nesse sentudo poderiam se direcionar à equalização total do sistema de educação (por que meu filho deve saber mais do que o do outro?), saúde, mas em nível mais profundo, a busca por um estilo de vida mais simples, mais "antropocentrados", ver nas pequenas coisas, como o sorriso de uma criança, na natureza, nas artes, do desenvolvimento sustentado das foças produtivas sem a exploração do próximo, meios de inspiração interior e auto-realização?
Hoje em dia é difícil se divisar o fim último das mais diversas atividades profissionais, tudo se tornam meios, alienantes, visto que nao vêem seus fins, através de uma crescente tecnologia, fim em si mesmo, que nao se sabe bem a que se serve, mas se deve continuar re-criando ad infinitum para ser tornar mais previsível - e controlável - o sistema capitalista.
Se se nao se sabe os fins, ou se pouquíssimos os conhecem, tira-se da esmagadora maioria dos seres humanos um sentido do trabalho, um sentido humano total. Se é sabido que hoje os fins justificam os meios, nao nos damos conta que estamos, na ilusao de sermos muito eficientes e eficazes, alimentando uma máquina de moer carne humana, que exclui de qualquer oportunidade de trabalho digno milhoes de seres, quiçá bilhoes, condenando-os simplesmente à indigência e morte interior e física.
Opções também como auto-gestão, Real responsabilidade ambiental, crescentes níveis de cooperativismo, solidariedade (nao assistencialista) em detrimento à inevitável competição do individualismo de hoje, nao poderiam marcar um período do se parar para pensar, parar para metamorfosear?
Enfim, cabe-nos a urgente tarefa de se pensar um homem e mundo novos, sob o imperativo do livre arbítrio, mas quebrando amarras e condicionantes ilusórios de capitais ilusórios que nos mantém como que convenientemente indiferentes às crescentes mazelas humanas, subproduto dos processos, cada vez mais intensos, de concentração e centralização do capital previstas há muito por MArx, tao mal interpretado.
É chegado o momento do forte auxiliar o fraco para que a sua força nao se torne auto destrutiva.
Pensemos enfim!
Luciano Corsi
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A Águia
A águia é uma ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos. Mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma éria e difícil decisão. Aos 40 anos está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as suas presas das quais se alimenta, o bico alongado e asas envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, voar é muito difícil.
Aqui então a grande decisão de sua vida: Morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que ira 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar.
Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo, sem contar a grande dor que terá que suportar.
“Em nossa vida a renovação é continua”!
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar as suas velhas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.
Mais uma vez a natureza nos dá uma grande lição de vida, através da “Águia”, em nossa vida, muitas vezes, temos de nos dedicar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitórias, devemos desprender de lembranças, costumes, hábitos e outras tradições que de certa maneira não nos fazem bem, causando mal estar.
A natureza pode fazer desse grande processo de renovação, pensemos nisso e reflitamos para depois aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre nos traz.
Freddy Duclerc